
Que a razão se cale dentro de mim quando meu coração mais alto falar
Que o destino fique guardado no bolso para eu ir atrás do que julgo amar
Que meus pés tenham as asas de Deus, para me levar onde acredito ser impossível caminhar
Que os ventos tragam ao voltar as palavras que me dirão em quê acreditar
Que os sonhos nas estradas tenham um horizonte
E que minha voz se cale ao ouvir a chuva para que os pingos que escorrem pela vidraça deslizem até minha alma
Que a Terra Molhada tenha o cheiro da infância e da Esperança
Para que meus olhos vejam somente inocência, como em um sorriso dado por uma criança
Que minhas palavras acariciem minha alma
Que exista sempre uma utopia, mesmo que em meus disfarces
Para que assim que eu bendiga o amor das coisas simples
Que meu espírito reproduza o que minha mente não é capaz de enxergar
E assim substitua o silêncio pelo prazer de simplesmente sentir
Que eu me perca em alguns caminhos, mas nunca o desejo de seguir
Que eu possa me recriar, mesmo em meus reflexos
Que a lua seja flor
Que a estrela seja lua
Para que meus dias sejam música
E assim nestas palavras
Eu possa, tenuemente ser tua
